31 de jul. de 2014

Flores aos Vivos


Houve um tempo em que para chegar ao trabalho eu passava em frente ao Cemitério da Consolação. Um cemitério de mais de 150 anos, e que, inclusive, é considerado um marco turístico de São Paulo. Por perto, assim como em tantos outros cemitérios, diversas barraquinhas vendiam flores. Faz parte de muitos rituais de despedida a entrega de flores aos mortos e por isso, é fácil entender a escolha desse ponto estratégico de vendas.

Entre tantas barraquinhas, uma delas me chamou a atenção. Nela havia uma placa dizendo: Dê flores aos vivos.

Claro que por trás dela há um interesse comercial. Mas vejo também um conselho. Por que deixar um presente tão lindo como as flores, que mostram esperança, carinho e amor, para ocasiões tão raras ou somente para despedidas?

Sabe, não vejo problema algum em levar flores a alguém querido que partiu. No entanto, inevitavelmente penso: e em vida, quantos arranjos de flores será que essa pessoa recebeu?

Meus pensamentos não se encerram por aqui. As flores são, no caso, apenas a ponta do iceberg. Em um velório, enquanto vejo as lágrimas e ouço os cochichos, fico pensando: Mas e em vida, quantas declarações de amor será que ele ouviu? Quantos pedidos de desculpa? Quantas dessas pessoas que estão aqui nesse momento ele não via há anos?

Ver uma frase tão simples me fez pensar nessas muitas coisas que deixamos para fazer depois, e quando vemos, já não há mais tempo ou sentido.

Muitas pessoas estão levando flores aos túmulos frios, escrevendo cartas que não serão lidas, dizendo o que sentem para pessoas que já partiram. E eu não quero ser uma delas.

Que a beleza das flores seja um presente em dias comuns. Que qualquer momento seja o momento certo para abrir o coração e dizer o que sentimos. E que ao nos despedir de alguém possamos ter o conforto de saber que desfrutamos da sua companhia para valer.

Olhei no relógio e o dia já se foi
E eu não disse te amo pra ninguém
Até tive chances mas deixei pra depois…
(Tempo para amar - Thiago Grulha)


*Texto meu também publicado em Mais Viver Unimed Paulistana

25 de jul. de 2014

Uma conclusão

Eu sei que é só uma questão de tempo.
Mas quando o tempo chega, eu já não sei.
Não sei lidar com as emoções.
Não sei lidar com as lembranças.
Nem sei lidar com as palavras.

9 de jul. de 2014

Confie em nosso amor...


Por que você insiste em esconder as lágrimas,
Se eu disse que as enxugaria quando elas viessem?

Por que você diz que ninguém se importa
Quando eu já provei que sofro com você?

Por que você se preocupa tanto em ficar sozinho,
Se eu prometi que sempre estaríamos juntos?

Por que você tem medo do amanhã,
Se o que temos hoje é tão verdadeiro?

Por que você se sente tão perdido,
Se quando eu te abraço é com todo o meu coração?

Porque você me poupa da sua dor,
Se eu já chorei tantas vezes com você? (e você sabe que eu choraria de novo!)

Por que seu olhar está tão sério e seu sorriso se escondeu?
Você esqueceu-se que seu sorriso é como esperança para mim?
E seu olhar é luz quando só há escuridão aqui dentro?

Mas por que você não ouve
Quando eu digo que nossa história é sim o que eu quero viver?
Que ela é melhor do que qualquer melhor sonho que eu já tenha sonhado?

Eu escolhi juntar o meu caminho ao seu e não há nada que possa mudar isso.
Acredite nas minhas palavras.
Confie em nosso amor.

Ok?