30 de jan. de 2014

As palavras que eu não disse


Prendi as palavras.
Apesar delas sempre terem sido minhas companhias,
Já não quero usá-las.
De certa forma, elas também não seriam suficientes.


Escolhi assim.
Enquanto não as digo,
Ninguém as ouve.
Elas se tornam só minhas.
Meus segredos.
Minhas angústias.
Meus amores.
Meus medos.
 

Também segurei as lágrimas.
É melhor assim.
Ah, pois se assim não fosse,
Elas transbordariam tais como um longo discurso,
E é bem possível
Que revelassem o que tanto tento esconder.
 

Talvez, nesse meu silêncio, eu até force um sorriso.
Quem sabe ele não sirva como um disfarce,
Mascarando o que há aqui dentro?
Ou quem sabe, tanto o silêncio quanto o sorriso,
Digam por si mesmo o que não consigo dizer...

23 de jan. de 2014

A Esperança




É como raio de sol, irradiando sobre o coração
Aquece, faz brotar a vida, reluz, acalenta...

Às vezes é como o vento.
Refresca com brisa suave, acalma como se dissesse sussurrando: ei, tudo ficará bem.

É aquela expectativa de que logo chegará o momento
Em que o quebra-cabeça será completo,
E de que a história enfim fará sentido.

É a esperança que me faz saber que há uma saída nesse labirinto,
Que me faz querer levantar pela manhã, apesar da noite de choro, com a promessa de um novo dia,
E que me faz enxergar um arco-íris num céu cinzento.

Ela é força nos dias difíceis,
Abrigo na tempestade,
Combustível para seguir os sonhos.

Ela é abraço livrando do desespero.
Expulsando os medos,
E secando as lágrimas, que às vezes insistem em cair.

Há momentos que tudo o que me resta é a esperança.
E se é ela que me resta, então sei que eu tenho tudo.

 

“Porque há esperança para a árvore que, se for cortada, ainda se renovará, e não cessarão os seus renovos. Se envelhecer na terra a sua raiz, e o seu tronco morrer no pó, Ao cheiro das águas brotará, e dará ramos como uma planta.” (Jó 14:7-9)


                                                Música: While I'm Waiting,  John Waller

9 de jan. de 2014

Por uma vida mais leve!



“Viva a vida mais leve, Não deixe que ela escorregue, Saiba do seu valor...” (Camarada D’água – O Teatro Mágico)

Essa é uma das muitas lindas frases do O Teatro Mágico.

Sempre que a ouço, penso em como faz bem (para mim e para quem convive comigo) uma vida mais leve.


Viver a vida mais leve é entender que ela é finita.
E que não sabemos o tempo que ainda temos.
Que é importante valorizar as coisas simples da vida,
Estar com os amigos e perdoar.
É entender que por mais difícil que seja uma situação, ela vai passar.
Que complicar o que é simples e sofrer pelas pequenas coisas é uma forma de deixar a vida escapar por entre os dedos. E quem poderá restituir toda vida que se foi?

Tenho aprendido que ninguém está imune aos momentos de dificuldade, dor, solidão, tristeza.


Mas também tenho aprendido que lidar com cada um desses momentos com fé, esperança e paciência, faz a vida ter mais graça e leveza.

Antes de fazer tempestade em copo de água, tenho procurado ver a situação com os pés no chão e a gravidade necessária.


Tenho tentado não entrar em desespero por qualquer coisa como, por exemplo, quando não lembro onde coloquei as chaves ou porque alguém se atrasou para um compromisso.


Tenho tentado me livrar da angústia quando o dia não foi como eu esperava ou porque aquela viagem não aconteceu.


Tenho tentado não sofrer por antecipação e nem viver de preocupação.

Ainda tenho um longo caminho pela frente. Mas sei que é possível.


Que eu possa olhar cada dificuldade como uma oportunidade para crescer.
Cada erro, como oportunidade de aprendizado. 
Que eu possa fazer de cada momento um grande acontecimento.

Afinal, a vida pode ser sim incrivelmente bela. E leve!

Ah, e acabo de ler um livro que trata desse assunto muito bem. Super recomendo: A arte de ser leve, por Leila Ferreira.

:)

E fica também a boa música para vocês:





*Esse texto foi adaptado de um outro texto meu, publicado em Mais Viver Unimed Paulistana.

2 de jan. de 2014

Meus desejos para o ano novo

Já não ouço os fogos de artifício.
E nem a bagunça das crianças na rua.
Apenas vejo uma folha em branco diante de mim.
Esse é o momento de imaginar como será esse novo ano.
E a melhor forma que encontro para pintar essa tela é escrevendo.
Meus desejos. Meus objetivos.
E até os mais loucos e impossíveis sonhos.
 

Vou apenas passando para o papel o que já estava no meu coração,
E que tem me acompanhado ao longo dos anos.
Mas enquanto escrevo, quantas novas coisas surgem!
Sonhos que ficaram adormecidos por tanto tempo, e que de repente, acordam com toda força.
E sonhos que nunca existiram, mas ao se apresentarem, fazem todo o sentido do mundo.
 

Lista pronta. Rasgada. Reescrita. E até simplificada.
E, humildemente, entrego minha lista nas mãos de Deus, como uma oração, para que sua vontade seja feita:

Que seja um ano de oportunidades.
Para mostrar quem eu sou. Para superar. Para mudar. Para descobrir. Para ser melhor.
 

Que seja um ano cheio de companhia.
De Deus. Da família. Dos amigos. Dos livros. De boa música.

Que seja um ano de perdão, reconciliação e paz.
Que seja um ano de simplicidade, de compartilhar e dividir.
 

Que seja um ano de surpresas, boas notícias, saúde.
Para mim e para quem está a minha volta.
 

Que seja um ano em que eu ria mais (até a barriga doer),
Chore sem sentir vergonha,
E, principalmente, ame sem medo.
 

Nesse ano, quero me declarar mais vezes
E agradecer muito mais. A Deus, à família, aos amigos, à vida.
 

Quero ver beleza e cor, mesmo quando a paisagem for cinza.
Quero força e esperança, mesmo quando o caminho for sombrio.
Quero outras rotas, mesmo que bagunce meus planos.
Quero fé, mesmo quando não veja a saída.
 

Quero crescer, aprender, ensinar e viver outros desafios,
Quero ver mudanças e fazer parte da mudança que tanto espero ver no mundo.

Quero ousadia, mas também obediência.
Expectativa, mas também tranquilidade.

E assim, termino minha lista.
Desejando de todo coração que a graça, misericórdia e amor de Deus
Transbordem em minha vida e através de mim.
Que eu esteja no centro da vontade dEle, com confiança e alegria.
Que assim seja.
Nesse ano e em todos os outros que o Autor da Vida me permitir.