25 de ago. de 2014

Não acomodar com o que incomoda


Há muito anos atrás, numa conversa com meu irmão mais velho, ele me disse como o ser humano era um ser totalmente adaptável. Engraçado como algumas conversas nos marcam e ficam guardadas na memória, né? Acho que essa ficou porque, como tenho muitas dificuldades de lidar com mudanças, frequentemente preciso recorrer a isso para me lembrar de que é possível sim enfrentar e viver o novo, e de que há grandes chances de que no fim eu me adapte e fique muito bem.

Pois de fato, podemos nos adaptar a uma nova cidade, a uma nova rotina, a uma nova dieta, a um novo trabalho ou cargo. Algumas outras situações podem até levar mais tempo na fase de adaptação, como o inicio do casamento ou da maternidade, mas com uma dose de paciência, persistência e humor, quando menos esperamos, já estamos tirando tudo de letra. E é como se sempre estivéssemos nessa situação e nem pudéssemos mais imaginar uma outra vida.

No entanto, o “ser adaptável” pode também ser algo ruim. É quando nos adaptamos ao que não nos faz feliz, que prejudica a nossa saúde, que nos distancia das pessoas a quem amamos ou de quem nós somos. E tudo porque passamos a acreditar que a “vida é assim mesmo e não tem outro jeito”.

E então, nesse momento, é preciso escolher o outro lado: Não acomodar com o que incomoda. Essa frase é da música “Criado Mudo”, do Teatro Mágico. Gosto tanto dessa mensagem que até tenho uma camiseta com ela. Me faz pensar em quantas coisas nos adaptamos, nos acomodamos ou nos acostumamos (verbos que têm significados muito próximos), mas que não deveríamos.

O que me faz também lembrar do texto “Eu sei, mas não devia” de Marina Colasanti, que me foi apresentado por meu outro irmão. Um texto cheio de verdade e que chacoalha nossa alma, nos fazendo pensar em quantos absurdos temos nos acostumado, enquanto a vida se esvai.

Sempre é tempo de pensar nas coisas a que nos adaptamos, mas que não deveríamos. E nas coisas que valem a pena se adaptar, para o nosso próprio bem!

O texto pode ser lido na íntegra aqui ou visto no vídeo abaixo.




*Texto meu também publicado em Mais Viver Unimed Paulistana

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