Seja no ventre ou no coração, tudo começou ali, dentro dela - envolto em um grande mistério, rodeado de dúvidas e expectativas.
Os dias pareceram poucos para tantos preparativos e cuidados. E pareceram muitos, para aguentar tanta saudade de quem ainda nem se conhecia. E quando chegou o tão esperado momento do encontro, do olho no olho, o tempo fez sentido. Como milagre, a vida transbordou e se fundiu em outra, de forma profunda e para sempre. Como presente divino, o amor que sentiu já era imensurável e indescritível.
Ali, mesmo sem nem saber por onde começar, ela se viu pronta. Se viu desajeitada, às vezes, até apavorada, mas descobriu dentro de si paciência, persistência e a maior vontade de acertar.
Suas mãos se tornaram ágeis, seus ouvidos atentos, seu sono leve. Suas palavras se tornaram cantigas de ninar e seu colo se tornou quente, um lugar seguro para estar.
Suas preocupações dobraram, ah, como dobraram, mas suas orações a Deus nunca se tornaram tão confiantes. Seus medos aumentaram, mas nunca se provou tão forte e corajosa.
E assim, sem nem saber quando e como aconteceu, ela se viu Mãe. E ao se ver mãe, ela compreendeu a beleza do amor que carrega: um amor que sempre estará junto, pertinho de cada filho, mesmo quando não puder estar.
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Em 2020, o Dia das Mães será diferente.
Milhares de famílias não poderão se reunir fisicamente para comemorarem esse dia – mas como o amor de mãe, encontrarão formas de estarem juntas, mesmo que virtualmente.
Outras milhares de famílias estarão com o coração carregado de angústia, tristeza ou luto. Em oração, desejo consolo e conforto para cada uma.
Deus as abençoe!
Na esperança de dias melhores,
Alessandra Correa
(*texto meu publicado no Portal APROFEM)
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