19 de mar. de 2011

Sobre a Corda Bamba

Sobre a corda bamba estou, braços estendidos sem nada tocar. O desafio é meu, o medo é meu, o equilíbrio também é meu.

O vento procura me abalar, paisagens tentam distrair. Incertezas ameaçam e as derrotas passadas embaçam a visão.

Voltar parece ser tão mais simples, seguro, fácil. Cair até parece ser menos doloroso do que seguir. Mas continuar está a verdadeira razão, sentido da vida, mesmo quando não vejo no horizonte o ponto de chegada.

Às vezes, nessa corda bamba da vida, o desequilíbrio é inevitável e a queda é iminente. Os braços se estendem desesperados por encontrar uma mão, alguém para compartilhar o desafio, firmar os pés e expulsar o medo. 

E percebo que sempre há alguém por perto, mesmo que durante todo o percurso esteve em silêncio em seu próprio mundo, talvez apenas aguardando o momento de ser percebido.

Percebo que a jornada pode ser mais leve, tranqüila e sorridente. E que se eu quiser, o vento pode ser brisa refrescante. Se eu mudar de prisma, as paisagens podem encantar. Se eu refletir, as incertezas são a prova de que tudo é possível. E se ponderar, as derrotas me deram força para chegar até aqui. Mas apenas se...

A corda continua bamba e ainda não vejo no horizonte o ponto de chegada. Mas ao olhar para o lado, lá está o sorriso confiante e os olhos doces que me dizem com segurança que valerá a pena ir até o final. 

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